Sem medo de ser feliz, Robertinho Vieira bota pra baixo em Noronha e extrapola os limites do SUP wave. Foto: Rildo Iaponã
O Baiano Robertinho Vieira encara um dos maiores mares do ano em Fernando de Noronha e extrapola os limites do SUP wave em Cacimba do Padre. Confira o relato da reporter Paula Sanna e uma super galeria de imagens.
Por Paula Sanna
Noronha, 25 de dezembro de 2012. Nesse dia tão simbólico o mar foi muito generoso com os big riders que estavam em Noronha. Um swell de 10 pés sólidos atingiu a praia da Cacimba do Padre, transformando o mar no palco de um show de surf. Tubos largos, ocos, longos.
Saí de casa às 9 horas e, já no posto de gasolina que fica no Porto, pude sentir o clima do mar. Séries e mais séries de linhas perfeitas vinham do horizonte em direção à praia, o que indicava que o swell tinha chegado com muita perfeição. Na Cacimba a primeira visão que tive foi de um line up com poucas pessoas e o mar flat. Achei estranho, afinal, onde estavam todas aquelas ondulações que eu havia visto no porto? Nem mesmo terminei de me perguntar isso quando vi a série despontar no horizonte. Ouvi assobios vindos de toda a parte da praia alertando aos que estavam na água. E a série, na segunda laje da Cacimba, veio espumando tudo e me provando que sim, o swell entrou com tudo. E uma pessoa em especial chamou a atenção de todos os olhos e lentes presentes na praia.
SUPER GALERIA DE IMAGENS (Clique nos números abaixo para ver todas as páginas)
Entre um clique e outro, impressionada com o show das ondas, tubo atrás de tubo, olho pro outside e me espanto ao ver uma pessoa de Stand up lá fora. A primeira coisa que pensei foi: “Que maluco!”. Quando a série entrou, pude ver que esse mesmo maluco estava remando na maior onda. E pro meu espanto e total admiração, ele não só remou como pegou a maior da série, botou pra baixo e foi embora na morra. Desenhando linhas, cravando curvas na base da onda e ENTUBANDO fundo.
Esse ‘maluco’ é Roberto Vieira, baiano de Salvador e atleta da Greenish. Residente em Scar Reef (BA) e com 4 temporadas noronhenses na bagagem, Robertinho chegou na ilha pra deixar todo mundo de boca aberta.
Em temporadas anteriores ele já havia sido o pioneiro no surf de SUP na praia do Boldró, que tem uma bancada de corais muito rasa e conhecida como ‘moedor de carne’.
Eu simplesmente não podia acreditar no que estava vendo. Minha primeira temporada de ondas em Noronha, e mesmo antes disso não havia visto ondas tão grandes e poderosas como as que vi na Cacimba nesse dia.
O que mais impressionava era a calma e tranquilidade com que Roberto passeava pelas ondas, fazendo parecer que o SUP era leve como uma pena.
Mesmo tendo seu leash partido duas vezes, Robertinho não desistiu. Saiu nadando, tendo que se livrar de uma arrebentação violenta. Na hora de voltar pro outside era mais um momento de admiração, afinal varar todas essas ondas remando não é pra todos. Mas ele se mostrou um guerreiro.
Presença garantida na Cacimba do Padre durante seu período de estadia, o baiano encantou a todos com seu surf de atitude, coragem e fluidez. Com sua ousadia, Robertinho garantiu belíssimas imagens a todos os fotógrafos que tiveram o prazer de estar lá, e com certeza voltou para casa com a memória recheada de cenas cilíndricas e azuis.
Sendo correspondente do site Surf RN de Natal, eu também era uma das fotógrafas felizardas na beira da praia. Tive o prazer de conhecê-lo em Noronha. E o que vi em seus olhos foi a calma e a serenidade de um verdadeiro big rider, o que me fez compreender como ele fazia aquilo tudo parecer tão fácil.
Robertinho com certeza deixou todos de queixo caído e nos ensinou uma lição valiosa: Algo só é impossível até que alguém vá lá e faça!
