Coluna do Bob: Hawaii 2012 – Parte 1


 

Logo da C4 na prancha do Travis Grant – Foto: Mila Bulus

De volta do Havaí, Bob de Araujo comenta os dias mágicos que passou no arquipélago e de sua nova parceria com a C-4 Waterman, uma das empresas havaianas responsáveis pelo renascimento do Stand Up Paddle. 

Coluna do Bob: Hawaii 2012 – Parte 1

Por Bob de Araujo (*)

Desde que eu comecei com o SUP, visito o Hawaii todos os anos; só que agora vejo-o sob outros olhos... Após 10 dias no arquipélago mágico, estou de volta aos trabalhos cotidianos (incluindo aqui a coluna semanal no supclub.com.br).

Bom, a primeira coisa sobre a viajem desse ano é que 10 dias de Hawaii é muito pouco...

A segunda é que cada ida ao Hawaii é uma experiência nova e dessa vez não foi diferente: tive a oportunidade de passar bastante tempo com o pessoal da C4 Waterman e conhecer mais sobre o início e evolução do esporte naquelas ilhas.

A legitimidade da palavra “Waterman” na marca C4 é inquestionável. Os caras são watermans meeeesmo!! Todd Bradley, Dave Parmenter, Brian Keulana, Archie Kalepa, e por aí vai... Foram esses caras da C4 que, em 2003, começaram o stand up paddle em Makaha. Depois disso, junto com o Dave Kalama, o grandioso Laird Hamilton popularizou o esporte como o conhecemos. Fica aqui o meu agradecimento a todos eles...

Equilíbrio. Resistência. Força. Tradição.

Em inglês a abreviatura é B.E.S.T.: Balance + Endurance + Strength + Tradition. Esses são os pilares sobre os quais a C4 (Core Four) é fundada. É bem mais do que simplesmente uma marca; é um estilo de vida... Seja qual for a disciplina (surf, sup, canoa, bodysurf, remada, etc.) você vai ver esses caras fazendo alguma coisa na água, dependendo do humor e da vontade deles.

Fim de tarde de um belo dia de semana, recebi o convite do Todd para me juntar à eles em uma remada de paddleboard após o expediente na C4. Fiquei amarradão com o convite mas amarelei para o paddleboard (que não é minha especialidade). De SUP fiquei lá para trás no upwind, e se não fossem eles me esperar para o downwind, estaria até agora procurando-os no horizonte.

Todd Bradley, Jason Stanson e Bob de Araujo – Foto: Mila Bulus

Aliás, falando nisso, testei pela primeira vez um paddleboard e me surpreendi: preconceituosamente, achava que não haveria de ter nenhuma graça naquilo (remar deitado), mas redondamente me enganei... O brinquedo é um foguete!! Demais!!

Todd Bradley e Jason Stanson (de paddleboard) e Bob de Araujo (stand up paddle) – Foto: Mila Bulus

Todd Bradley e Bibi – Foto: Mila Bulus

Os caras da C4 ainda me deram a molezinha de um passe (guest card) para o Outrigger Canoe Club de Waikiki (perto do Aquário). O clube é exclusivo para sócios e, dentre outras exigências de convívio social, proíbe o uso de telefone celular (para não importunar os demais) e também não aceita dinheiro nem gratificações em suas dependências (Aliás, diga-se de passagem que, tanto a lanchonete quanto o restaurante, são de primeira).

Bibi e Bob – Foto: Mila Bulus

Nos dias em que ficamos no South Shore a mordomia foi total: após o surfe (Old Man’s, Rice Bowls - considerada a Pipeline do South Shore - e Tonggs ficam bem na frente do Outrigger Canoe Club) e remadas de downwind (a Hawaii Kai Run termina exatamente ali), tínhamos todo o conforto do clube para relaxar (vestiário com ducha de água quente, shampoo, condicionador, sabonete, creme de barbear, desodorante, toalhas aquecidas; enfim, a parada era um verdadeiro “spa”).

Bibi e Bob na 12'6 inflável da C4 que veio na bagagem de volta ao Brasil – Foto: Mila Bulus

Falando em downwind, consegui encaixar os amigos Bezinho e Jaime para uma Hawaii Kai Run nos foguetinhos de 14’ da C4. Fomos orientados pelo waterman e co-fundador da C4, Todd Bradley, sobre as técnicas de downwind, comportamento da prancha e remada naquelas condições.

Ao centro, Todd Bradley explicando as técnicas de downwind – Foto: Mila Bulus

Todd, que já atravessou o Kaiwi Channel (aquele da famosa travessia Molokai-Oahu) mais de 50 vezes, disse já perdeu as contas de quantas Hawaii Kai Runs ele fez. Nós (eu, Bezinho e Jaime) pudemos atestar isso ao vivo e à cores já que ele, Todd, sumia à nossa frente. Dizia ele: “downwind é mais técnica que força; tem que deixar a prancha dançar com as ondas”. Realmente, nós dançamos porque o cara sumia no horizonte...

Bezinho, Jaime Bob e Todd – Foto Mila Bulus

O meu namoro com a C4 já tem quase um ano de vida. Naquela época os caras convidaram a minha esposa (Mila Bulus) para representar a C4 no Brasil mas estavam com um problema de licenciamento e distribuição, que havia sido dada em exclusividade para outra companhia. Tendo sido a pioneira no mundo do Stand Up Paddle, a C4 meio que “caiu em esquecimento” por conta desse malfadado contrato até que em agosto do ano passado, os watermans da C4 desistiram da marca e lançaram a S9 – SubNine, adicionando do time de atletas o supista Travis Grant (vencedor da Technical Race no ISA Games e do Battle of the Paddle, HI em 2011).

Início da Hawaii Kai Run (sobrou pra mim a prancha do Travis Grant hehehe ) – Foto: Mila Bulus

Depois de muita disputa, os caras conseguiram reaver a distribuição e licenciamento da C4 e hoje as pranchas não são mais feitas na antiga distribuidora, mas na própria fábrica implantada pela C4 para a produção de seus equipamentos.

E a criatividade dos caras da C4 não tem limites: depois do SUP Zilla, foi criada uma versão menor daquele “monstro”, batizada de SupSquatch (uma corruptela com o Pé Grande – Sasquatch, em inglês). Acontece que lá a brincadeira pegou, e os caras agora estão organizando competições com o SupSquatch em Makaha... Se essa moda pegar por aqui vai ser, no mínimo, muito divertido.

Mahalo e até semana que vem, Bob.

(*) Bob de Araujo é representante da Surftech e da C4 Waterman no Brasil e escreve às quintas para o supclub.com.br

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