Coluna do Bob: SUP - Motivação para o Condicionamento Físico


 

Teste Cardiopulmonar de Exercício Máximo – Foto: Mila Bulus

Por Bob de Araujo (*)

Depois do objetivo traçado para a Molokai (M2O) chegou a hora de passar por uma avaliação médica completa para aferir meu desempenho físico.

A avaliação começou com testes de equilíbrio em quatro posições e medições de altura e peso corporal. Falando em peso, em comparação à avaliação antropométrica feita a pouco mais de um ano, tive redução em todas as medidas de dobras cutâneas (aquelas que avaliam o percentual de gordura na composição corporal). Considerando que o SUP foi o único esporte que eu pratiquei nesse período (à exceção de uma corridinha aqui e outra ali), posso dizer que o Stand Up Paddle foi responsável por uma redução de 2,74% de gordura corporal (no meu caso, 1,9kg de gordura) e um aumento de 4,5 kg de massa muscular. Resumindo: emagreci mas estou 2,6kg mais pesado que há um ano.

Prosseguindo na avaliação, foram também aplicados alguns testes de aptidão muscular e articular, visando avaliar os componentes de flexibilidade e de força e potência muscular. Falando em flexibilidade, fiquei um pouco “arrasado” ao tomar conhecimento que a minha flexibilidade é equivalente à de uma pessoa mediana de 79 anos de idade (putz!!). Definitivamente preciso de alongamento...

 

Com o objetivo de avaliar a integridade cardiovascular, fiz também uma monitorização eletrocardiográfica e prova de função pulmonar (espirometria) em repouso e do teste de exercício de 4 segundos. Tudo ok...

Finalmente, chegou a hora d para aferir a frequência cardíaca máxima (FC Máx.) e a potência aeróbica máxima (VO2 Máx.). Meu último teste desse tipo foi 6 meses atrás e, como consequência da minha redução de treinos (por causa do trabalho), tive uma perda significativa da potência aeróbica, afetando também a minha FC Máx, que não passou dos 174bpm no teste. Minhas conclusões sobre isso são que uma pequena parte deve-se à redução dos treinos de SUP, mas uma imensa parte, a meu ver, é porque simplesmente parei de correr nesse período. Já retomei os treinos de corrida (e vou partir para a bicicleta também) e vamos ver se em mais 2 meses (até a M2O) eu recupero essa “escorregada”.

Falando em volume de treinos, vou compartilhar com vocês os resultados das medições que tenho feito desde novembro de 2010 (quando comprei o meu relógio/GPS/monitor cardíaco). É claro que fiz vários treinos sem o relógio mas acho que os dados refletem, no mínimo, ¾ de todos os treinos que eu fiz, por isso acho eles um bom parâmetro.

No gráfico acima, Se vocês observarem o mês de fevereiro de 2011, houve um aumento significativo no volume de treino que, por falta de condicionamento e preparação física para o esporte acabou me resultando numa lesão de cotovelo. Resultado: quase dois meses de molho (mar/11 e abr/11).

Após tratamento médico e muita fisioterapia, me recuperei e voltei a treinar. Final do ano de 2011 reduzi o volume de treinos e, em março de 2012, perdi o foco dos treinos (SUP Surf no Hawaii). Retomei os treinos em abril e, em maio de 2012, mudei o meu planejamento de treinos para a preparação para a Molokai 2 Oahu Race.

O gráfico de duração de treino (acima) também acompanha a mesma lógica das distâncias remadas. Já o de velocidade média (abaixo) é um bom indicador da qualidade e do tipo de treino que estou fazendo (maior velocidade refletem treinos para provas de curta/média distância; menor velocidade para provas de endurance).

Outro avaliador de desempenho é a frequência cardíaca máxima e média. Vale observar que de maio a setembro eu estava treinando para o Battle of The Paddle na Califórnia e, como as provas seriam de curta distância, meio que abandonei o monitor cardíaco.

Meu objetivo para 2012 é, além de elevar a faixa da frequência cardíaca máxima, aproximar a faixa média da faixa máxima. Isso é uma das coisas que eu tenho notado nas provas de SUP RACE: talvez por conta da adrenalina nas provas, tensão da largada, pressão dos demais competidores, etc., não consigo reproduzir nos treinos as frequências cardíacas que eu obtenho nos dias de prova. Isso é uma coisa que preciso trabalhar: maior concentração nas provas para não deixar o lado emocional atrapalhar o desempenho físico. Em resumo, me faltam mais horas de provas (mais experiência) para controlar esse tipo de resposta emocional.

Com isso, os treinos para a M2O estão à todo o vapor no “Centro de Treinamento Buziano”: Sábado eu e o Ratones (Time Rio de Janeiro) fizemos 3 sessões de downwind, totalizando 27km; no domingo chegaram os desafiantes de Niterói (Chaer e Fabiano) e fizemos a volta em toda a península: de Caravelas à Barra do Una, passando por todas as 20 praias de Búzios, com o percurso de quase 30km em 4 horas. O último trecho da volta (com vento cruel e ondulação lateral) foi em ritmo de competição entre Rio e Niterói. Vou deixar em suspense qual foi o time vencedor para não influenciar a bolsa de apostas...

Por essa semana é só...

Mahalo, continuem treinando forte e até semana que vem, Bob.

(*) Bob de Araujo é representante da Surftech e da C4 Waterman no Brasil e escreve às quintas para o supclub.com.br

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